Fisiologia...

As vontades que todos nós temos, sabemo-as todos.
Uns de ir, outros de ficar; outros tantos de nem pensar nisso, enquanto uns só pensam em morrer em versos.
Vontade pra mim, sempre foi força propulsora de vida e movimento!
Qual é a sua? Pelo que você vibra?
Uma das minhas muitas é estar aqui em formato de palavras, tentando me entender por inteiro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

...


Ah! Se o céu me dissesse um dia...
Como vai ser meu amanhã...
Talvez eu me aquietasse agora,
e não o quisesse hoje!
Sou com brasa viva a queimar-se...
Se sopra um vento, sinto-me vivo e indo mais depressa...
Pra onde já nem sei...
Não me disseram ainda,
pra onde vão as brasas depois que ficam cinzas! ...

Minha desculpa...


Sempre precisei de uma grande mochila pra ir...
Muitas foram as vezes que não fui, por falta dela!
Uma que coubesse, panos, comida e calor!
Uma que não se molhasse, nem se rasgasse com o tempo!
Onde coubesse também os sonhos de um velho infante...
Hoje a tenho!
Mas já não cabe nela, nem um pé dos meus passos!

Penas modernas...


Nunca imaginei fazer uma caneta secar ante as minhas palavras...
Sempre sumiram de mim antes que acontecesse...
Ou por mal cuidado, ou por mal escrever!
Hoje sequei, depois de velho; minha primeira caneta!
Canetas secas!
Não tem serventia senão o lixo!
Que criaram, ou pra onde vão?
Cismando penso:
Ou essas canetas de hoje, já não embarcam qualidade,
ou estarei eu a me transmutar num escritor? ...
- Prefiro acreditar que nem canetas eram...

"Todo palhaço é triste"... ! ?



O amor é como palhaço,
nos faz rir, nos emociona!
Nos leva de novo a meandrar em nossa infância...
Onde sonhos ainda se insistem vivos!
Fala verdades em meio à brincadeiras!
Nos faz também fantoches de narizes vermelhos...
Ou com os seios da face amarelos de guache,
à esconder nossa timidez!
As vezes vem monta um picadeiro,
saltita sobre as muitas histórias que correm ali...
Solta nossos suspensórios, e com calças arriadas nos põe a correr...
E a brincadeira que parecia instar...
Deixa de ser riso!
Pra chicotear o ar, numa tentativa louca...
De amansar os leões que entram à seguir...

...

A platéia que antes sorria,
agora emudece de medo e perplexão!
Ainda bem que existem a dança de águas e luzes!
Os equilibristas que nos fazem suar!
Os mágicos que nos fazem esquecer!
O cheiro de pipoca que fica a contentar sua presença...
E as maças, que até ja foram "do amor"
... E no bilhete que volta amassado pra casa,
protegido por bolso e mãos insistentes...
Estará escrito o quanto nos custou...
Vir e estar ali, vendo um palhaço à brincar de ser feliz!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Preso...




A folha sempre foi-me medida!
Pra não ficar longo, nem curto demais...
Pra gerar vontade de acabar o que começou-se a ler!
Talvez por isso, eu não escreva contos...
As vezes me parecem longos demais!
A folha me fala, que tenho que alcançar esse cume em trê linhas!
Por isso sofro!
Embora liberto em idéias, me aprisiono em linhas!
A tentar descrever vida e amor...
Que nunca couberam em lugar algum!
Até o coração já as enxotou... Por isso por aí, tantas histórias!
Mas me aprisiono sem grilhões,
é apenas por querer!
É acreditar que dentro desse espaço; exista tudo o que procuro...
vida!
Amor!
História!
Essas linhas acabam por tornarem-se o meu caminho...
Começo e fim, vistos duma olhada...
Sou um prisioneiro fácil então!
Linhas e canetas quase sem tinta, fazem meu limiar...
Acredite...
Existem prisioneiros felizes!

Livros...




Quando chega a noite, eu me perco em livros...
Fico pensando se há vida, fora dessas páginas...
E madrugado, só penso em voar...
até o fim, ou começo de outra história;
que por fim, há de me ler por inteiro!

Varandas e quintais...


... Moro numa mansão de 30m2, com som ambiente que vem do bar ao lado;
E que me faz ter saudades do silêncio...
Que me fazia embrenhar por páginas de livros, que insistem-se empilhados por aqui!
Ando sonhando com um quintal...
Onde caibam minhas mudas e minhas falas!
Uma toalha estendida ao sol...
E onde o vento possa vir e voltar depois!
Onde num canto qualquer possa plantar rabanetes e morangos!
E misturá-los de propósitos em saladas e sobremesas...
Aqui cabem sonhos e medos!
Alegria e tristeza!
Caminhos e trilhas... Ir e vir... Acreditar e duvidar!
Penso que em muitos outros lugares cabe tudo isso...
Vou morar por aqui algum tempo!
Mas não vou deixar de sonhar...
Com quintais... Varandas... E tudo o mais!