Fisiologia...

As vontades que todos nós temos, sabemo-as todos.
Uns de ir, outros de ficar; outros tantos de nem pensar nisso, enquanto uns só pensam em morrer em versos.
Vontade pra mim, sempre foi força propulsora de vida e movimento!
Qual é a sua? Pelo que você vibra?
Uma das minhas muitas é estar aqui em formato de palavras, tentando me entender por inteiro.

sábado, 4 de dezembro de 2010

...começo de Dezembro....

Hoje recebi notícias suas...fazia anos não lhe via!
Fiquei feliz! Voltei no tempo pra tentar achar onde te caberia em minha história...Bobagem minha eu sei, Não se faz história de traz pra frente!
Pensei que talvez então, pudesse existir história por se fazer... Bobagem minha de novo! Não há história que se faça... ela já vem contada! Podemos até alterar alguns capítulos, mas o final já está escrito! Então me restou esperar...e ver se o vento vai ligeiro pra eu poder saber como tudo isso termina...

"Gosto quando o seu sorriso, fica preso no meio das coisas que escrevo..."
R. Bessa

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Minas Gerais num fim de semana...

Estive em Minas nesse fim de semana.
Minas Gerais, corre baixinho, fala devagar...
Olha nos olhos e não liga se não vê muito! Pois vê tudo!
Muda pouco, mas muda a gente!
As montanhas me gritaram de volta, me chamaram por nome e alcunha
quase me seduziram, a escalar-lhes de novo seus seios fartos,
a pegar de novo a trilha, que leva pra lugares onde poucos se deixam ir! Que traz pra alma, o canto dos regatos e o silvo das asas das grande aves...
Minas me chama sempre, quando posso vou...Mas dói ter que voltar!
Deixar pra trás lembranças e imagens, que teimam em não se despedir!
E quando me vim...só não olhei pra trás, pra não chorar....

Depois do almoço

As panelas dependuradas, me mostravam que o almoço já foi, que já houve cafezinho e conversa jogada fora. Que a tarde ardia com seu silêncio das sessões da tarde...Restava-me esperar pela noite. Pelo escuro que faz gatos dorminhocos subirem paredes e embrenharem-se em quintais alheios. Talvez houvesse ali alimento para a alma, que insistia em roncar com seu estômago faminto. Sobravam; esperança, poesia que ainda não se escrevia...e lembranças de tudo que se havia por vir...
Panelas dependuradas, limpas...algumas brilhando, outras nem tanto. Me faziam lembrar que almoço já houve, que família se reuniu; que houve risos, festa e mais lembranças a se guardar...
De vez em quando me pendurava também, pra ver e contar depois, tudo que se passava ali....

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pequena Ana Liz




Ela não devia se chamar Ana Liz, mas Ana Luz!
Aonde ela está tudo brilha, principalmente os olhos dos pais!
Eu que tenho a grata oportunidade de conviver com ela algumas horas toda semana, já sinto meu olhar mais claro, enxergando mais longe...e, coisas que outrora não via!
A essência da infância, misturada a tudo por vir a ser!
Felicidade e beleza caminhando juntas numa mesma alma infantil!
Brilhe Ana Liz!
E nos ensine como iluminarmos aos menos nossos próprios caminhos!

O sol vai se pôr em 5 minutos....

A tarde continuava vazia!
Esperava meus amigos e meus primos, para brincarmos de subir em árvores numa chácara que existia em frente de casa. Afinal a tarde não começa se estamos sozinhos...Chegavam aos poucos, todos sorridentes e vivos, e aos poucos iamos nos embrenhando pelas árvores. Ali vivíamos um mundo à parte, ao menos eu acho que vivia. Senhores do tempo e de nossas ações, perambulávamos entre mangas, pitangas,cerejas, amoras e goiabas...cada uma a seu tempo; entre piques-esconde, e pegas-pegas, entre soltar pipas e correr atrás delas, elas sempre se iam com o vento... Bocas e mãos lambuzadas de tanta natureza junta...éramos felizes! Pelo menos eu era! O tempo não correspondia às nossas expectativas, tínhamos tanto à fazer, tantos lugares a ir, tanta aventura por viver! E ele passava por entre as sombras das folhas nos lembrando que teríamos que ir! Aos poucos iam-se todos, cada um com seu horário definido, emburrados por querer ficar mais! Meus primos também iam-se, moravam por perto, mas tinham que ir, tias bravas faziam com que se fossem! Eu gostava de ficar por último, escutando o silêncio...escutando ao longe os gritos de minha mãe...me chamando à voltar; aos quais eu respondia baixinho, esperando ver um sol se pondo de cima da copa de uma grande mangueira...só mais cinco minutos mãe! ..."só mais cinco minutos"....

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sob um céu de Setembro

...Chove lá fora!
Gosto! Mas me sinto vazio...Volto-me pra mim mesmo, tentando achar nessas fendas, algo em que possa me agarrar!
Me lembro do teu sorriso, há tempos não o vejo!
Seria bom vê-lo agora, me dizendo que o dia mesmo chuvoso seria legal! Cobrindo como abrigo aquilo que não se pode molhar!
Pena não sabes ainda, dessa força que tens! Bom assim, talvez em me sabendo, ficarias sem saber como me sorrir!
Pensando nisso...Tento olhar as montanhas de onde vim, não quero olhar adiante pra onde tantos esperam que eu vá...
Tento buscar a trilha por onde andei, rever sinais teus no meu caminho e me achar novamente...
Talvez meus sonhos estejam lá, nas montanhas...Na velha cabana que me espera sentinela, de tudo que já se passou ali... Misto de juventude, antiguidade e tudo por vir...lá se guardam essas lembranças, escrevem-se nas paredes as marcas que se quer deixar! O tempo passa sim, mas de mansinho...trazendo "as canções no vento"...e consigo ouvi-las todas!
Não vou fincar bandeiras...
Não vou marcar nome em livro...
Só quero estar ali, à sentir tudo isso...à me lembrar do seu sorriso, e deixar que a chuva me molhe por inteiro e me leve por enxurrada pra onde eu não quero ir!...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Celulares

Meu celular não me acompanha!
Queria um Motorola, um Nokia chique, com cãmera, som, e tudo mais!
O que tenho é um que liga, se crédito há!
Recebe de vez em quando!
Meu celular não faz campanha.
A campainha e chata e dói!
Dói não ter créditos a me ligar à você!
Meu celular apanha!
Todo dia dos lançamentos...
E fica a lamentar distante...
Tarará...tarará...
Meu celular só me liga a você,
se crédito há!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ontem...

Quando te falo que gostaria de estar...
Me obrigas a buscar em mim, o estar aonde, fazendo o quê?
Não é falta de coragem creia-me, é falta de jeito!
Terreno movediço, onde se escolhe em que pisar!
Não é ruim!
Como dizes:Extrair o melhor! Ou a verdade por inteiro!
Aprendo com isso, realmente me sinto melhor. Não mais leve, pois não me pesa falar meias verdades!
Mas me sinto mais vivo, capaz de me encarar por inteiro e deixar fluir grão e palha!
Gosto dessa diferença de perspectivas...gosto dessa nuance a te diferenciar!
Só não me exijas tanto, pois vez por outra, vou me ver falando sobre coisas que só sei começar...Não sei como terminam nem aonde vão dar!
Haverás de me entender...Também sou novo por aqui...
Tateando trilhas desconhecidas, seguindo apenas o brilho do teu olhar negro, a iluminar o caminho...
Um dia verás que aquilo que digo também tem algo a decifrar-se!
Não são somente meias verdades, ou frases deixadas pelo caminho!
São textos inteiros, ditos de forma singular!
Talvez esculpidos em gêlo que tende a derreter-se sob o prenúncio de um calor humano.
Mas que também se transforma, e vira algo capaz de dessedentar!
....

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Negros e Fortes...

Pediu-me lesse seu olhar...
E dizer-lhe o que via...
Sem saber o que dizer, já sabendo que não saberia.
Tentei, pois nada sabia! Apenas do fato de que lindo era!
E que com o meu eu nada veria!
Procurei em sua cor o que me mostraria...
Procurei em seu brilho o que me desvendaria...
Olhei-te e vendo tudo!
Sem saber que me encantaria, por esse olhar que aflito me pedia!
E que chamaria a morar no seu, o meu que nada via!
Morri assim nesse momento, tentando desvendar o que não poderia!
Só não chamei-te meu!
Porque coragem sei me faltaria!...
Confuso lhe falei então,
Desse olhar que ainda não conhecia...!
Que era forte e decidia, o que queria e até onde iria!
Faltou falar-lhe:
Que por esse olhar...me olhando assim...
Eu talvez morreria...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Saltimbanco

Como matar o menino que existe aqui dentro?
Pulando a todo instante e me fazendo cansar!
Como cantar esse hino, que ele a todo instante insiste em cantarolar?
Somos sós nesta vida, você não sem mim, e eu não sem você!
Ele sempre me vem...
Com caretas, brincadeiras, alegria!
Mostrando-me que a vida é pra ser assim: Sem medo, sem fim, sem destino...
Matar esse ser pulante, seria realmente hediondo...
Pois ele não faz pular só a mim.
Existe em cada coração, que se diz vivo!
Fazendo pulsar o que existe de bom, e até mesmo o ruim...
Vale escutar o que tem a dizer:
Pra casa de qual amigo ir...
Soltar pipa, jogar bola, pular em rio...
Que será vai querer hoje?
Paz menino pulante, sua energia já não cabe num homem de 40...
Só não se vá de mim!
Fica e me ensina todo dia que a vida é assim:
Sem medo, sem fim, sem parar...
Montanha

Teus ventos trazem paz, levam tristezas, deixam lembranças.
Teus sons me calam, e extasiado te contemplo... És tão linda! Tão grande!
Tuas encostas me desnudam belas e vivas paisagens, que me fazem sentir coisas que só sinto aqui, e não consigo explicar!
Tu ensinas grandes coisas aos que caminham aos teus pés...
Aos que contemplam tuas fendas.
Moras no alto, pra de lá vigiar tudo, escutar nossos gritos que te chegam sussurros...
E nos entender, nos aceitar!
Velas como poucos, pelos que passam por tuas trilhas, bebem de tuas nascentes, e descansam em tuas matas.
Brindas o sol e a lua como a irmãos.
Recebes a chuva com a grata surpresa do brotar.
Os animais encontram em ti abrigo, as aves ninhos!
És por natureza dadivosa, e é aí que se encontra toda a tua grandeza!
...Estrelas brilham mais, perto de ti.
O fogo aquece mais, o e teu silêncio embala moradores e visitantes!
És a razão desse caminha e desse passar ao relento ou mesmo, dentro de uma cabana; pois estar perto de ti, é como estar junto de Deus!
Delírio Bonardiano

Finco-me diante desse poço
Não saio até encontrar-te
Teus seios hão de atalhar-me o caminho
Pra essa loucura chamada amor!
Homens deram-se...
Guerras travaram-se...
Histórias fizeram-se!
Não cobra-se amor de um homem...
Não cobra-se poesia do poeta (...”que o ingênuo acha-se ser!”)
Não enfeita-se a trilha, pra que chegue!
É conhecido por saber-se postar.
Chega em silêncio. Vai-se com fúria!
Não se pode medi-lo!
Senti-lo já não sei!
É possível que alguém lhe cante mesmo sem entendê-lo!
Não cobra-se amor do homem!
É como mendigo ao portão, a cobrar da dona o pão!
Que no fundo não quer receber!
Gosto de pensá-lo assim incerto...
Como penha a escalar-se...
Como sol a queimar-se...
Como estrada sem fim a perder-se...
Gosto de sangue invadindo a boca
Querendo encontrar saída, que sabe-se não há!

A metade

A Metade
17/05/95

Ahh! Como é difícil entender a nós mesmos, conseguir olhar prá dentro de nós, vermos alguma coisa! Somos tão distantes, tão distraídos, tão vulneráveis: às vitrines, às opiniões, às situações! Fico me perguntando porque Deus, não nos criou mais fortes, mais sábios, mais poderosos de alma! É engraçado; a gente começa a caminhar, sabe que a caminhada vai ser longa... Mas dentro de nós bate uma vontade forte, um ímpeto! E as nossas forças são (ou pelo menos parecem! Ser) realmente fortes. As idéias vêm aos montes, cada dia é uma conquista, uma promessa de “mais amanhã”! E é realmente bom!
Os dias que se passam, levam consigo parte de nossas forças, muito de nosso tempo, pouco de nossas realizações (porque realizamos pouco!). A rotina do dia-a-dia nos faz fracos, sempre os mesmos, sem vontades, nem perspectivas. Fica no ar o lamento, os uivos e os ais! A produção para! O que era bom passa a ser aceitável, passa a ser sina, destino, carma! Os sonhos são substituídos, a paisagem esquecida, e nem mais fotografada. Paramos pra descansar, dentro de nossa cabeça, mil idéias, mil soluções, mil remendos. Vontade de voltar, vontade de não sair do lugar, talvez deitar e morrer...Vontade de chorar!
Chorar talvez ainda seja uma saída, pois nos mostra transparentes, fracos; como todos somos!
Com grande esforço conseguimos nos levantar, olhar adiante e continuar! Mas sei lá; eu fico pensando, onde estará o erro de toda essa história? Será mais longa do que imaginei a empreitada a qual me lancei? Será, não contei com tantas pedras e subidas? Será não me preparei como deveria? Talvez...
Algo me diz, que a resposta está dentro de nós mesmos. Os sonhos... Lembra dos sonhos?
Pois é, nos esquecemos deles tantas vezes. As nossas propostas; nós as mudamos tanto nesses dias. Nossas idéias, no afã de novas e outras tantas mirabolantes, nos desviamos da primeira, de onde surgiu tudo isso. Nosso caminho; nos desviamos tanto dele! Nossas emoções, a gasolina dos nossos sonhos! Quantas vezes nos esquecemos, ou as seguramos.
É engraçado tudo isso, continuo sem entender muito do que se passa dentro de mim, mas continuo; pois sei que nós não temos muita memória, e as respostas não nos podem ser dadas todas de uma veizada! Pois descobrir esses segredos e mistérios é Viver!
O caminho à cada curva vai se mostrar como é, e a gente aprende, mesmo que se demore um pouco, mas a gente aprende, afinal; estamos dando nossas vidas por isto

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Meus últimos programas...








Fomos eu Fatinha e Alexandre..., a idéia era estar em Ibitipoca, lá pelas duas horas da tarde daquela terça feira de setembro, para que desse tempo de armar barraca, estender lona, catar lenha, levar toda a tralha(que não sei como, mas coube dentro do fusca!), Etc.
Fatinha, grávida de Quatro meses... Alexandre com um ano e meio (só de vontade de fazer arte...), e eu munido de Quatro garrafas de vinho...
Nossa chegada até que foi dentro do previsto, depois de umas duas horas e meia montando “acampamento” (montar acampamento aqui implica em subir nas árvores para dependurar as maçãs e bananas, afinal lobo também gosta de bananas; levar de volta para o carro toda a comida que foi trazida, impedir que o Alexandre fure minha barraca novinha, que faz dois anos está guardada só esperando uma oportunidade como esta!), fomos tomar banho...( comentário à parte; não conheço muitos campings, mas comparando com os que conheci, o camping de Ibitipoca, oferece uma infra estrutura de tirar o chapéu: banho quente, comida de 1a , e barata – 1 PF de R$ 4,50 com empadão, salada de alface c/ tomate e o trivial, dá pra duas pessoas, cerveja gelada – nem por isso mais cara! -,e um atendimento de deixar saudades.) Demos banho primeiro no Alexandre, e enquanto eu tomava o meu, fui assaltado por uma gritaria que vinha do lado de fora, Dona....(esqueci o nome dela!), perguntando se havia alguém na barraca, como a resposta foi não, ela foi taxativa – Então é o lobo!
Descemos a escada que dá para a área onde estávamos acampados e qual não foi minha surpresa quando me deparei com a minha barraca (Novinha!), com a parte da frente toda rasgada; o lobo fez um rasgo do lado da porta, e ao entrar com aquele tamanho todo, foi aumentando o rasgo até quase o teto,(minha barraca foi literalmente estuprada!), ele ainda derrubou uma sacola que estava dependurada na barraca, mordeu uma lata de milho verde, furou uma garrafinha de álcool, e levou o pão Pulmann, que a Fatinha havia esquecido de tirar do bolso da barraca. (dizem que quanto mais cheirosa for a “coisa”, mais atrevido o lobo fica – disseram que ele fica louco c/ bolacha recheada!).
Depois de passado o susto, a Fatinha subiu pra tomar o banho dela, enquanto eu e Alexandre ficamos vigiando a barraca; quando olho para o começo da trilha lá estava ele; o lobo mais parecia um bezerro de tão grande e magro. Eu numa mistura de medo e vontade de ver, peguei o Alexandre no colo, e fui chegando perto... Ele ficou me olhando durante um bom tempo, depois saiu em disparada. Abri a lata de milho verde e coloquei na trilha e comecei a gritar para que viesse acabar de comer o que ele havia começado, e não demorou muito para que ele aparecesse, a essa altura eu já estava com a máquina fotográfica na mão e consegui tirar algumas fotos dele.
À noite fizemos um churrasco na porta da barraca... Como a Fatinha não estava bebendo, eu tomei duas garrafas de vinho. Antes de dormir delimitei meu território em volta da barraca (assisti a um filme no qual os lobos fazem assim, urinam nos limites do seu território, delimitando assim sua área!), eu, como a essa altura já estava me sentindo um verdadeiro lobo, não deixei por menos... E fui dormir tranqüilo...
Acordei no outro dia, e não conseguia me levantar, não tinha forças... (acho que foi o vinho!). O tempo estava tão fechado pela neblina que não se conseguia ver nada à partir de uns dez metros.
Então... Cheios de razão e já fartos, resolvemos vir embora. Pra trás ficaram: as cachoeiras que eu não conheci, 1,5 kg de Picanha que eu esqueci no freezer da dona.... (não consigo lembrar o nome dela!), e a saudade... Afinal esses são os tipos de programas que a gente nunca esquece!
Nota: estamos programando uma volta à Ibitipoca, só que desta vez vou levar mais alguém (pelo menos pra ajudar a olhar as crianças, ainda mais que agora tem também a Rafaela...), não vou deixar comida alguma dentro da barraca e vou conhecer as trilhas e as cachoeiras que até hoje só conheço por fotos...

Teco
Esse texto não é meu...mas como outros...gostaria de tê-lo escrito!

Nas esquinas de cada manhã... Das manhãs que a vida me deu.... Te busquei todo tempo e vaguei pelos cantos, meu canto meu...Onde vou, uma sombra que voa presa na esteira de cada ilusão...um passageiro na espera de condução, sempre sonha sonhador...o meu horizonte é onde vou estar amanhã...qual talismã na ponta do seu olhar...me acompanha!

Zé Geraldo

Serra tem que ir com espírito serrano... Olhar o nada como se visse tudo!
A trilha como estrada, o caminho como sina...
Cada um entende a sua maneira, respeito isso também...
A serra não agrega ninguém... Assim como São Thomé das Letras, ela pode não querer certas pessoas por lá! E esses que se entendam com ela!
Quero que ela fique lá, só...
Eu a quero pros meus filhos e netos...
Sem virar parque estadual... No qual se paga, pra nada ver!
Pois como já me dizia a serra desde os 15 anos: Nada se vê se aqui não me dormires!
E assim é até hoje... Uma serra comum... Fora do comum...!!!
Durma aqui uma noite, tome um vinho comigo, e nunca mais serás o mesmo!
Como te mostrar quem sou se nem mesmo sei eu...?
Como contar-te a minha história sem que meus olhos fiquem rasos...?
Como te fazer acreditar em palavras que não me vem à boca...?
Como te explicar essa fúria de desejo e dor, sem o medo de machucar-te...?
Como olhar teus olhos se não consigo abrir os meus...?
Como beijar tua boca sem que meu hálito rouco penetre o teu...?
Como beber do teu doce vinho sem ao menos saber como abrir-lhe o casco...?
Como te olhar nos olhos sem que me descubras e me tenhas por um louco...?
Como descobrir teus sonhos se não consegues dormir...?
Como saber-te as causas sem que te descubras também... Nudez e verdade!
Como terminar essas linhas se não sei como comecei...?
Sinto-te tão perto... Mas ainda não dá pra tocar-te!
Sinto-te tão presente... Que me espanta o fato de não estares aqui...!
Vale o sonho e a vontade de realizá-lo...!
Vale cada instante que me imagino estar-te junto...!
Cabe na palma de minha mão o teu coração... Mas não o quero pra mim...!
Ele tem de ser teu... Tem de pulsar em ti... Tem de lhe viver...!
Tem de afastá-la de mim enquanto não consigo me perceber por inteiro...!
Já vi tua alma... Já senti teu hálito... Já sei do que falas... Só ainda não sei o que sonhas...!
Tenho medo...!
De não te ser o que procuras... Ou quem sabe, nem ser...!
Não consigo me entender, estou de mal comigo mesmo...!!!!!
Só gostaria que estivesses aqui... Assim poderia falar-te, olhar-te, sentir-te...
Mesmo que estivesses dormindo no quarto ao lado!

Liguei-te, não me atendes! Caixas postais me deixam fulo....
Tecnologias que nos fizeram esquecer as cartas de amor... Os bilhetinhos.... E que não funcionam...!
Estamos escravos delas?
Acho que não!
Ainda sigo as nuvens... Ainda olho o vento e pra que lado voam águias e falcões... Donos do mundo, e da liberdade!
Ainda acredito na força do pensamento e daquilo que ele traz!
Ainda acredito na sinceridade, mesmo que não acreditada!
Ainda acredito na verdade, mesmo tolhida por tantos alçapões...!
Ainda acredito em você, que não achei-te por acaso!
Caminhos se cruzando em noite escura, sem estrelas...
Falas rasas que só dizem brincar de falar!
Mas que carregam o que vai bem dentro de cada um...
Acaso... Destino? Penso que não!
Forças ocultas fazendo-nos encontrar?
Acho que dois caminhos não se cruzam e vão-se...
Há uma razão ali....
Nessa conexão... Nesse encontrar-se....
Lugares que se conhecem só porque houve esse encontrar-se...
Pessoas que chegam e se vão... Mãos que não querem dar adeus... Mas agarrarem-se a última imagem.... Ao longe!
Acredito nisso tudo, não sei ainda o que tentei dizer....
Isso tudo, porque queria ao longo do caminho, me mostrar a você...! E tentar me fazer entender!

Sei que vai ser difícil, mostrar-te quem fui, quem hoje sou, e quem pretendo ser; amanhã...!
Não sei ainda se estarias disposta a conhecer-me, a acreditar-me....
Já me fui levado pelo vento em muitas tempestades....
Já me vi correndo em muitas calmarias....
Já me queimei em muitas fogueiras, tentando apenas me aquecer....
Já me perdi em caminhos conhecidos...
Já não consegui escalar montanha que em outros dias subi coto de pernas....
Já me afoguei em poças.... Onde brinquei de barco de papel...!
Já chorei sem que lágrimas caíssem...
Não sou anjo nem matador...
Sou o que penso encontrar... Tento gostar do que ainda não vejo!
Silêncio................!
Talvez não me entendas! Perdoa-me por não ser tão fácil assim de se entender!
Mas vale o que fica registrado aqui hoje...
Vale o que aconteça amanhã........
E vale você, estar presente sem eu nunca ter-lhe visto!
.........................
E ficam as falas pelo caminho.................


Você não veio!
Pensei em quantas formas seria diferente te encontrar!
Pensei em quais palavras não dizer...
Pensei em como refrear, fúria e vontade, desejo e promessa...
Pensei em como falar-te, como olhar-te, como sorrir-te...
Bobagem minha eu sei....
Essas fórmulas nunca existiram, mesmo que alguns insistam em acreditar-lhe.
É que pensei muito em como tudo seria... Que me esqueci, que podias não vir!
Então, sem ter pensado essa possibilidade, fiquei sem ter o que fazer...
Sozinho e perdido sem plano “B”...
Mas acredito não era pra ser... Hoje não!
Espero-te outro dia!
Não vou imaginar você!
Não vou escolher palavras...
Não vou me tolher!
Vou apenas te esperar na esquina mais próxima...
Quando me avisares que vens!
A beira mar tudo pode acontecer
Estou mais perto do teu beijo, que o vento traz...
O calor do sol aquece, e queima aquilo que é demais...
A lua com seu brilho a noite, faz tudo fenecer....

Sinto-me como uma onda....
A perscrutar fendas e mares sem fim...
Penetrando bem fundo... Onde luz não alcança...
Só pra te ver ali....

À tarde me encho e invado...
Preencho espaços, que ficaram pra trás...
E ao amanhecer me vou novamente....
Deixando somente o rastro de onde passei...

Se sou onda, ou mar não sei....
Só sei que estou! Só sei que vou!
Pra onde, também já fiquei....
Pois à beira mar... Tudo pode acontecer....

Sonhei estar aqui... Sentindo esse vento no rosto...
Olhando nada e vendo quase tudo...
Não me lembro quando foi... Mas tinha que vir!
Hoje, não me sinto mais forte, nem mais vivo... Só me sinto de novo!
Vivendo um vazio, que ainda não sei como vai ser preenchido.
Essa sensação de tudo poder acontecer, me inspira...
Traz-me força, pra dentro de um deserto achar um oásis... Dentro de um oceano, achar uma ilha!
Dentro de uma auto-estrada achar um desvio....
Sonhei você assim
Sonhei-me assim também....
E nessa noite a lua ainda há de se mostrar...
Trazendo marés... Ventos... E ondas... E fazendo com seu brilho... Tudo que era escuro... Aparecer!
Vi um brilho nos teus olhos...

Vi um brilho nos teus olhos...
Olhei através deles...
Transpassei você... E sua luz quase me cega!
Tentei chamar sua atenção... Precisaria bem mais que isso, eu sei!
Mas simples como me pareceu... Achei que também me veria!
Tenho tempo... Não procuro nada! Quero apenas ser achado!
Por um mito chamado amor! No qual já não sei se acredito ou se ainda sou capaz...
Olhei você, e vi sem ao menos te conhecer... Um caminho...
Pelo qual desejei andar...
Poderia me perder eu sei...
Mas já me perdi tantas vezes, que acho não me importaria!
Talvez mais importante do que perder-se ou achar-se... Seja com quem se caminha...
Quero a sua juventude!
Quero a sua alegria!
Quero a sua vontade de tudo!
Quero o brilho dos teus olhos...
Quero me perder nessa trilha, só pra me achar em você...
Vem me mostra como se faz!
Ilumina o meu caminho...
Quem sabe cheguemos a uma velha cabana, com uma varanda e um violão pras noites de lua...
Um vinho novo, pra nos embriagarmos de olhares...
E uma nova canção, a brotar dos lábios e dos olhos seus....
Girei a chave do meu carro, e naquele instante meu mundo veio abaixo!
Lógico que ele já havia vindo abaixo algum tempo antes, quando recebi a notícia de que estava demitido, foi coisa sumaria não pude ao menos sentar em minha mesa...
Naquele momento queria morrer... Parece dramático, mas foi assim que me senti!
A vida acabava de tomar o meu emprego!
.............

Sabia que dali pra frente muita coisa iria mudar; destinos, vontades, sabores e tudo o mais...
Tinha que me preocupar agora em voltar pra casa, dar a famigerada notícia a minha esposa e filhos, e pensar no que fazer...
É engraçado, mas a gente só se dá conta de tudo que deve quando enfrenta uma situação assim, aparecem contas de tudo quanto é lugar, de tudo quanto é tamanho!
Teria de vender o carro, devolver um pequeno sítio que tínhamos alugado e torcer; torcer pra arranjar um novo emprego rápido!
A vida me tomava agora o carro e o sítio de final de semana com os amigos!
.............

Hoje não saio de casa, o dia ta lindo... Mas a cabeça não vai nada bem...
Tenho pensado em fugir de tudo, abandonar tudo... Começar de novo! Ou nem começar!
No fundo sei o que se passa comigo, mas não quero entender, nem falar, nem mesmo ouvir que tudo vai passar....
A vida esta me roubando... Vontades!... De tudo!
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.... Minhas atitudes estão mudando...
Meus modos de pensar estão dando piruetas...
Minha visão parece estar se ampliando...
Não tenho noção ainda, se isto é bom ou ruim, se é de fato realidade, ou apenas ilusão...
Fato é que estou mudando todo dia. Ainda não consegui voltar a sonhar! Minha realidade está forte e amarga demais para tal. Mas, ainda não fiz nenhuma grande besteira, (pequenas, a toda hora!), e me parece que isto já é um começo, ou um recomeço!
Estou tentando aprender com tudo isto, com toda essa fúria e calma que existe por todo lado que se olhe... Não está fácil, mas estamos tentando....
Queria ter uma ponta de esperança, ou de algum lugar onde pudesse me segurar... As coisas andam acontecendo, e me parece que não vejo... O tempo anda passando rápido, e eu me percebo parado! Tento, mas não consigo me mexer! Tá faltando algo, não sei o quê!
O que me motivaria hoje?
O que me faria saltar de alegria?
O que me deixaria inspirado?
Não tenho respostas, apenas dúvidas, apenas falta de sonhos...
Até quando?
A vida me roubando a lucidez!
..............

Acabo de chegar de uma entrevista de emprego!
É engraçado como pareço fantasiar as coisas! Acreditar que um empresário, proprietário de muitas empresas, poderia sentar-se comigo, escutar minha história, entendê-la, querer saber motivos, porquês?
Mas não; a entrevista durou exatamente 5 minutos, tempo para explicar meus motivos, ele explicar os dele para não ter uma vaga no momento, e prometer que se, "algo" aparecer entra em contato.
Às vezes penso que esse mundo que acredito não existe! Que milagres são contos de fadas produzidos em série para tornarem nossos dias menos piores!
A realidade é bem mais dura do que possa parecer!!!
A vida me roubando a fé!
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Sigo sem reservas, acreditando no que vejo, no que sinto... Perco-me muitas vezes nesse emaranhado de sentimentos, de crenças, de oportunidades; ou de falta delas... Penso às vezes em desistir... Não seria melhor escolha eu sei, mas nem por isso preciso deixar de dizer que pensei nela... Ainda acredito na “... pérola me sendo ofertada...", como dizia Jack Kerouac... Ainda sonho de dia, ainda acredito neles... É por isso que vou... Amanhã posso não acordar com toda essa força, mas estarei ai, e pra continuar essa busca... Pois sei que não há segredos, que não há mistérios, que não existem ingredientes mágicos... Que há apenas o acreditar em você, nas pessoas, em Deus, no universo, na força do amor, na esperança do sorriso... E no amanhã, e nas promessas que ele, todo dia nos faz...

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Mudei de cidade, esperava “tudo” acontecer.... Fui morar num lugar que não se podia dizer que era um alojamento... À noite quando chovia, tinha que tirar coisas que por acaso estivessem encostadas nas paredes, pois a água escorria por elas, como que querendo formar um leito de rio... Meus companheiros de cela, todos, bem mais jovens, desprovidos de palavras amenas, ou de conhecimento de causa (pelo menos eu julgava-os assim, com o tempo, percebi-os tão humanos quanto eu!).... Longe de casa, da família, ainda cheio de vontades, não sonhos, mas vontades.... A vida me roubava agora, o convívio com aqueles que amava!
Mal sabia eu que ela iria fazê-lo novamente, e de forma mais dolorosa.... Perambulei por esse limbo durante oito meses, à procura de mim, daquilo que queria, ou que esperava acontecer... À noite quando esfriava, e como era frio nosso alojamento (chamávamo-lo de “Cativeiro”!)... Restava a companhia de uma garrafa de vinho barato, que me atordoava e me fazia esquecer, ou lembrar coisas que não queria embalado por sons, que ainda carrego comigo, que marcaram época e a minha vida!
Li muito nesse tempo comecei a acreditar em coisas diferentes, a ter sensações e sensibilidades que ainda não havia tido... Escrevi muito também... Alguns bons escritos... Outros nem tanto! Colocá-los-ei aqui algum dia! Um dia consegui fechar o aluguel de uma casa, mesmo com meu nome com pendências em SPC, Serasa, etc. Trouxe a família, e tudo parecia que ia acontecer novamente, seríamos felizes mais uma vez... E acho que até o fomos, por algumas vezes, ou por algum tempo.... A falta de grana era compensada por umas boas risadas, ou uma boa conversa.... Numas sextas-feiras, perdidas por aí, no tempo.... Outras vezes, por brincar com as crianças... Fazendo cócegas nelas, brincando de monstro, comendo um sanduba com coca-cola.... E outras ainda vendo minhas plantas respondendo aos meus toques novamente.... Outras por receber amigos, pai e mãe, irmãos.... Isso cheirava à felicidade..... A vida não me roubou muita coisa nesse tempo!
Até que as sextas-feiras foram ficando raras, passávamos pelos dias, cada um preocupado com seus “ais”, e se esquecendo de afagar um ao outro!... Então meu par ficou doente, e com a doença veio vontade de “repensar a vida”.... Disse não mais voltar! Perdi-me de novo! Passei um tempo sendo pai e mãe das crianças, era corrido... Mas sinto saudades! Foi um tempo grandioso, até eles irem embora! Ficou o vazio! Só o vazio! Sentia-me despreparado pra tudo aquilo, me sentia desamparado.... Sozinho.....
A vida me roubou minhas companhias!....
Ainda insisti, por um tempo, tentando aprender o necessário de tudo aquilo.....


Aconteceu muita coisa realmente... Já se passaram mais de 4 anos, desde quando comecei essa minha história...a vida me roubou muita coisa nesse tempo...ainda rouba um pouquinho todo dia
O que se passa por aqui, eu não sei...
Vejo-me vagando em pensamentos, em viagens das quais não quero voltar!
Me solto e não vou... Prendo-me, e não fico...
Cavalgo a sela das lembranças que não queria ter, e vislumbro um futuro que ainda não consigo ver...
Navego mares sem saber nadar!
Escalo montanhas, coto de pernas!
Meu vinho, envinagrado me deixa sozinho, a contar a mim mesmo, minhas poucas histórias...
Meu sangue, meu coração... Minha cabeça... Se fundem numa só função... A de me fazer sair vivo desse momento...
As cercas que transpasso me deixam cicatrizes, que nem o tempo vai apagar... São marcas indeléveis dessa nova velha história!
Procuro nesse tempo, onde fiquei e aonde me fui... Aonde cai, e deixei manchado de sangue o chão...
Pergunto-me até onde se pode ir assim?
Queria saber, ao menos se existe resposta!
O horizonte no mar me mostra algo novo, iço minha vela, mas vento não vem!
Remos não me adiantam motor não tenho...
Ir a nado talvez, se soubesse eu ao menos nadar!
Olho então as montanhas atrás de mim... Elas sempre me chamam!
Procuro nelas o rosto de Deus...
E por isso sempre vou, e me emociono quando lá estou!
Sinto-me como criança... Solto... Leve...
O vento me levaria se deixasse, e voaria com ele lugares nem pensados... E voltaria mais forte, como brisa ou como temporal, granizo ou garoa...
A noite me chama pra suas entranhas, gosto e as vezes vou...mas é escuro...
Por isso vez por outra acendo uma fogueira... E me deixo queimar com ela...
Meus pecados, meus ais, ficam ali em brasas... E no fim as cinzas só me mostram que tudo um dia já foi...
Caminho de volta... Afinal todos temos de voltar uma hora!
As vezes me perco da trilha, nem sempre é bom, mas as vezes acha-se um bica no fim de uma picada...Água fresca e limpa, que revigora! As vezes a paisagem se mostra como nunca foi...
Esse ir e vir da vida...
Essa louca vontade de nada!
Esse grito louco que ninguém ouve...
Essa voz rouca que me fala a alma....
Essa linha tênue entre juízo e loucura...
Espasmo de prazer e dor....
Quero ir....
Mas penso também em ficar...
Meu coração nômade briga dentro de mim...
Sou um menino à procura de aventuras...
Sou um homem à procura de sossego...
Sou um velho à procura de mais sabedoria...
Sou um nada à procura de tudo...
Não sou começo nem fim...
Só quero conhecer as beiradas desses precipícios da história...
Sentir os odores e conhecer os sabores...
Sempre a procura de um lugar... Que não sei onde fica... Que não sei se existe... E que nem sei se vou gostar!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"...O Medo reside no futuro...
E quem se liberta do futuro, nada tem a temer..."
Milan Kundera

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CHUVEIRO VELHO....

Outro dia li ná página de uma garotinha minha amiga:
"...Tô que nem chuveiro velho; nem ligo, e se ligo não esquento..."

Achei engraçado na hora, essa criançada está pensando como adulto e a gente nem se deu conta!
Então ontem, meu chuveiro desligou de novo! (Cai o disjuntor!)...Água fria e escuro!
Lembrei-me na hora do chuveiro velho de minha pequena amiga...
Cata toalha aqui, cueca dali...Tateando o breu!
Entre riso e raiva me perguntei:
- Quem nunca teve um chuveiro velho?
Eles fazem parte de nossas vidas! É certo que damos mais atenção a eles, quando chega o inverno e eles teimam em não esquentar, ou então quando ta muito quente, e eles não funcionam no morno!... É banho frio ou escaldante, não tem negociação!
No final, acho que estou também como um chuveiro velho...
Nem ligo e se ligo, não esquento!

Não quero mais....

Reynaldo Bessa é um grande artista...e acima de tudo um compositor e poeta de 1a grandeza. Tenho orgulho de tê-lo como amigo. Deixo aqui um escrito seu que virou música no CD Angico. Um texto que confesso, gostaria de ter escrito.
Grande abraço Bessa.


"Não quero mais essa coisa sem nome...
Quente e fria, por um triz.
Um tiro certo no erro, uma árvore sem raiz!
Não quero mais essa coisa sem dono, boa e má...quase adeus.
Um beijo no desespero, meio homem meio Deus!

...Não quero mais teus afagos e ais...não quero mais!
Peço que o tempo te esqueça, e que o vento disfaça...enfim teus sinais...
Estava ouvindo Frejat, outro dia...

Ainda acredito encontrar o amor numa esquina! Tantos filmes, canções que penso não estar só!
Onde estaria você?
Que sei me procura também! Que me traz as respostas que hoje queria ter!
Sei não vou achá-la hoje! Amanhã não sei, e não quero também!
Mas vem...
Vem como chuva, que lava e surpreende incautos; que molha, encharca e enchente!
Transborda e derrama, daquilo que já não dá mais...
Vem como vento, e leva os sussurros do mundo. Que apaga as chamas que não querem ser!
Vem como tarde, com um rosado alaranjado colorindo o que de cinza restou do dia!
Vem como frio que a noite traz! Levando a todos pra dentro de seus pensamentos!
Vem como fogueira que preciso acender!
Aquece, ilumina...
Pois me deixo queimar em você!...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Me perdi no silêncio ontem. Me fechei em meu quarto, tranquei as portas que me separam da vida, abri meu violão e fiquei só, tentando dedilhar uma nota que saiu desafinada como meu grito! As canções não vieram, tentei então pensar em algo bom, que me fizesse sair dali...
Dormi mal, acordei mal! E hoje estou aqui, tentando falar do que não foi...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Todos os que me visitam...Sejam bem vindos!
Não há intenção aqui...apenas aquilo que se passa!
Não há pretensão aqui...apenas o silêncio que quer falar!
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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Procura

Procuro em silêncio por alguém, a quem possa contar meu dia! A quem possa contar meus ais!
Mas você se foi...silêncio! Sei não vou chorar a falta de seus olhos...Sei não vou gritar seu nome ao eco...Sei vou despistar tudo que ainda dói...E sei, vou me ver num caminho, olhando pra trás por onde já andei...Vislumbrando até onde quero chegar!
Procuro alguém com quem possa contar...A quem possa contar meus ais!
De verdade, não procuro! Prefiro me deixar ser achado....

Próximo ponto

Ontem olhei o sol...
Da janela que passava, dava pra ver muita coisa! O vermelho do dia que nascia, misturado ao azul do céu e ao meu cinza, davam um tom de sangue a tudo isso! Passou um vento, que me acordando, me fez ver!
A bela paisagem de um horizonte que se apaga sem fim, me mostrava tudo o que queria ver!
Soou-me como um estalido de caixa de engrenagens mal ajustadas...Mas foi-se!
A janela ficou pra trás...O dia se foi....O horizonte que escuro agora, nada via!
Sem perceber me deparei com a lua, que nessa briga com o dia, teima sempre em aparecer...
Restou noite...escuridão...e ela a Lua!
Então percebi, que nessa viagem sou eu quem passo...
Outras janelas virão...passarão por mim muitas outras paisagens....
Nos pontos do caminho, muitos descerão, outros irão subir...
E como passageiro vou!
Até que um sinaleiro aponte a estação onde devo descer, e andar a pé....

terça-feira, 30 de março de 2010


Os Sonhos....

Começo por fechar meus olhos...

Ja não sentindo a vida se passando

Um torpor de cansaço e fraqueza, invade os lugares vazios...

Como outono que chega derrubando folhas e levando meus ais ...longe...

Não sei se prefiro sonhar acordado, ou os sonhos da noite...?

Fico assim nesse êxtase! Hora Rei...Mendigo...Herói...Bandido...Feliz!

Viajo tantos lugares...Que até parece, conheço alguns...

Em espaços e momentos contam-se muitas histórias...

E me amanheço, sem saber de onde vim...

sexta-feira, 12 de março de 2010

A Sala Vazia

Ouço as vozes dos que não foram...
Ecoando na sala vazia, onde não quero mais estar!
Simplesmente ficam as memórias, dos grandes momentos...
Feito chama e laço...De sangue e dor!
Uma história inacabada, que não sei a quem contar!
A sala continua vazia!
O silêncio me mostra que não há ninguém à me esperar!
Talvez um dia eu jante nela!
Nessa sala vazia, onde eu não quero mais estar!
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terça-feira, 2 de março de 2010

Minha Pequena Liberdade...
Gosto de chamá-la assim...Ela realmente me liberta!
Faz com que me sinta mais leve, pronto mesmo à voar...
Foi presente imerecido dos céus...Sou sempre grato por isso!
É um anjo em forma humana! Traz a brandura do olhar e o coração do tamanho da lua!
Chamo-a de Liberdade! Mas no fundo sou um seu escravo!


Meu filho...
Essa é a minha recompensa...por tudo, ou pelo pouco que já vivi!
Queria poder fazer com ele soubesse, do sentimento que existe em mim...tudo o que fizer...tudo o que falar...mesmo a demonstração mais terna que eu conseguir ter, não vai conseguir exprimir o que sinto!
Não se pode mensurar o amor....somos incapazes de fazê-lo!
E a minha incapacidade, me faz espectador dessa vida que se desenrola...
Fico então na torcida, de que o meu amor, o mantenha sempre por perto! Pra que eu possa ajudá-lo, amá-lo...E seguir com ele...a trilha que ele escolher!

Meu dia....
Hoje eu acordei cansado...Não tive forças pra brigar, parecia estar pesando mil quilos...
Pedi aos céus, me dessem um dia diferente de tantos outros...que me acontecesse algo bom...que me melhorasse o dia!
Ando meio assim...pareço chão escorregadio, onde cada hora cai-se pra um lado...As vezes me sinto forte, outras tantas, fraco! Sei que é assim mesmo; acontece com todo mundo! Mas hoje eu queria ter tido forças pra brigar, e não tive. Queria reagir e não consegui...Passei então assim! Sem saber qual é o meu espaço, qual a minha fala nem qual a minha parte nessa cena da vida!
Como árvore que sem frutos, começa a se desfolhar, na esperança de uma rebrota, logo após a próxima chuva, que no céu nem se anuncia ainda!
Talvez amanhã eu esteja melhor, me ache mais...sei lá!
Tenho tentado acreditar nos meus sonhos, buscar forças em Deus, nos amigos; na verdade!
As vezes consigo! ...Hoje não!
Mas tudo bem...esse hoje já está indo embora e vai virando passado; e o que me interessa muito é o futuro que vem aí; e que venha! Que traga realmente coisas boas, que tudo possa acontecer, e que nos permitamos mais, afinal "sonhar" é da natureza humana...e promessas de "mais amanhã", temos todos!

segunda-feira, 1 de março de 2010


Tenho observado as pessoas....
Falta tudo a todos! Falta Deus, falta coragem, falta brilho nos olhos, falta olhar neles! Falta vibração! Sei lá, será estamos percebendo isso tudo?
Nossos dias vão passando...as vezes reclamamos que nada acontece...mas continuamos a fazer as coisas que sempre fazemos, e do mesmo modo...Eu preciso mudar! Sinto que muitos precisam mudar...Precisamos acreditar mais no próximo...pagar pra ver! Precisamos nos preocupar mais com os outros, participar mais...Pareço um idiota aqui, falando essas coisas...mas é em que acredito, e é o que tenho tentado fazer...Se causo algum impacto não sei...a intenção é mudar a mim primeiro...
Divido aqui o que penso, pra que me veja manhã, e saiba me falar se mudei, ou se continuo o mesmo! Se ainda acredito como antigamente...Ando meio que vagando por aí....

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Então...Conversei com uma velhinha hoje....velha demais!
Mas não sei, seu tônus....seu timbre(que quase não ouvi!)...me soaram diferente!
Me falaram coisas que gostei de ouvir...
Me disseram, que a vida é assim bela e Demais!
A idade não conta, acho! Outros detalhes são indiferentes....
A vida pulsa em cada um com a mesma intensidade...
Uns se deixam ir....
Outros ficam...
Alguns nem sentem o ritmo!
Mas a vida é assim...mostra seu rosto e seu nome a cada dia!
De formas e por caminhos muitas vezes, não andados....
Nessa trilha eu quero ir...

domingo, 31 de janeiro de 2010

Mudando...


Mudas são vidas que morrem se não lhes dermos de beber...
Querem nos ouvir, ...Afinal são mudas, não surdas...
Querem nos ver todo dia, saudar-nos com um brôto novo!
Querem vigor e afeto...Querem sol e sombra! Como todos!
Dão vida, beleza e sombra se deixarmos que cresçam!
Querem estar por aí, nos quintais e beirais que todos tem...
Querem dividir a energia que carregam, com seus cuidadores...
Se soubermos esperar, podemos um dia armar até uma rede nelas e daí ...ver a vida PASSAR!
Plante Uma!
Mudanças são sempre bem vindas!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Hoje...



Viver nem sempre foi fácil, pelo menos nunca me disseram que seria... Caminho todos os dias, tentando encontrar meu eu; querendo facilitar a vida e as coisas que estão por aí. Já li muito, sobre viver, sofrer, chorar, imaginar...viajar...perder-se, voltar!
Não me culpo por nada! A vida vai me mostrando nesses dias, que é assim mesmo que acontece, com os bons e, com os maus; debaixo do sol. A pérola ainda há de me ser "ofertada"...Acredito nisso...Procuro não pensar muito(eita mentira!)...mas acredito! Meus erros estão aí, pra quem quiser e tiver coragem de ver, são iguais aos de todos, afinal somos todos mais ou menos humanos e parecidos!
E é por isso que estou nesse espaço, tentando achar uma trilha, ou mesmo um caminho, que me leve ao topo da montanha mais próxima, de onde eu possa vislumbrar onde vou pernoitar mais à tardinha!