O que se passa por aqui, eu não sei...
Vejo-me vagando em pensamentos, em viagens das quais não quero voltar!
Me solto e não vou... Prendo-me, e não fico...
Cavalgo a sela das lembranças que não queria ter, e vislumbro um futuro que ainda não consigo ver...
Navego mares sem saber nadar!
Escalo montanhas, coto de pernas!
Meu vinho, envinagrado me deixa sozinho, a contar a mim mesmo, minhas poucas histórias...
Meu sangue, meu coração... Minha cabeça... Se fundem numa só função... A de me fazer sair vivo desse momento...
As cercas que transpasso me deixam cicatrizes, que nem o tempo vai apagar... São marcas indeléveis dessa nova velha história!
Procuro nesse tempo, onde fiquei e aonde me fui... Aonde cai, e deixei manchado de sangue o chão...
Pergunto-me até onde se pode ir assim?
Queria saber, ao menos se existe resposta!
O horizonte no mar me mostra algo novo, iço minha vela, mas vento não vem!
Remos não me adiantam motor não tenho...
Ir a nado talvez, se soubesse eu ao menos nadar!
Olho então as montanhas atrás de mim... Elas sempre me chamam!
Procuro nelas o rosto de Deus...
E por isso sempre vou, e me emociono quando lá estou!
Sinto-me como criança... Solto... Leve...
O vento me levaria se deixasse, e voaria com ele lugares nem pensados... E voltaria mais forte, como brisa ou como temporal, granizo ou garoa...
A noite me chama pra suas entranhas, gosto e as vezes vou...mas é escuro...
Por isso vez por outra acendo uma fogueira... E me deixo queimar com ela...
Meus pecados, meus ais, ficam ali em brasas... E no fim as cinzas só me mostram que tudo um dia já foi...
Caminho de volta... Afinal todos temos de voltar uma hora!
As vezes me perco da trilha, nem sempre é bom, mas as vezes acha-se um bica no fim de uma picada...Água fresca e limpa, que revigora! As vezes a paisagem se mostra como nunca foi...
Esse ir e vir da vida...
Essa louca vontade de nada!
Esse grito louco que ninguém ouve...
Essa voz rouca que me fala a alma....
Essa linha tênue entre juízo e loucura...
Espasmo de prazer e dor....
Quero ir....
Mas penso também em ficar...
Meu coração nômade briga dentro de mim...
Sou um menino à procura de aventuras...
Sou um homem à procura de sossego...
Sou um velho à procura de mais sabedoria...
Sou um nada à procura de tudo...
Não sou começo nem fim...
Só quero conhecer as beiradas desses precipícios da história...
Sentir os odores e conhecer os sabores...
Sempre a procura de um lugar... Que não sei onde fica... Que não sei se existe... E que nem sei se vou gostar!
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