Fisiologia...

As vontades que todos nós temos, sabemo-as todos.
Uns de ir, outros de ficar; outros tantos de nem pensar nisso, enquanto uns só pensam em morrer em versos.
Vontade pra mim, sempre foi força propulsora de vida e movimento!
Qual é a sua? Pelo que você vibra?
Uma das minhas muitas é estar aqui em formato de palavras, tentando me entender por inteiro.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ensaios de uma infância...



...Conta em barbeiro!
Penso; só meu pai teve!
Eram tantos os meninos! Tantos cabelos cortados e varridos ao chão...
Na subida de casa morava esse artista!
Deve ter feito fortuna com nossos cabelos!
Não fiz as contas ainda, mas; tantos cortes, de tantos garotos, por tantos anos! Alguns cabeludos outros nem tanto, mas eram muitos; seis com meu pai! Que hoje ainda é um menino!
Tinha que haver uma conta, afinal não se tinha dinheiro à toda hora, nem naquele tempo nem agora!
Talvez hoje houvesse uma maquininha de débito!
Me lembro bem que ardia em meu pescoço uma água alcoolizada, que após o corte denunciava cada erro daquele maestro de nossas cabeças!
Eu não gostava! O corte rente denunciava que havíamos passado à pouco por esse "salão de beleza"...
Não sei porquê? Sentia vergonha de me sentar ali, ver passar do outro lado, a garota mais linda da rua!
E eu ali! Sempre a mesma cadeira! Sempre o mesmo corte... Nossos cabelos nunca nos permitiram, grandes "nuances"...
Deve ter feito fortuna sim!
Com nossos cabelos e com nossos "ais"...

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... Me apaixonei aos 12!
Era como morrer quando a via!
O ar faltava, a mão suava fria!
Não era coisa fácil para um menino, olhar nos olhos da guria!
Esse tempo passou! Levou a loucura e a morte que insistia!
Mas naquele tempo, morreria por ela... Mas ela não me pedia!

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...Já fui feliz um dia!
Não essa felicidade de hoje, que depende de tantas coisas...
Mas felicidade juvenil, que chama o mundo à ver!
Lógico; havia um presente por trás dessa alegria...
Era uma espingardinha de rolha!
Seus projéteis nem tão longe iam...
Mas era meu aquele artefato bélico...
Um dia perdi as rolhas...
Ai virei um "pacifista"...

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... Um dia levei uma surra!
Motivo: Desligar o relógio da casa da diretora de minha escola!
Era na subida de casa, bem em frente onde meu pai trabalhava!
Me lembro que doeu, mas não fui eu!
Nesse dia fugi de casa!
... Juntei minhas coisas... Poucas!
Bolinhas de gude, e algumas moedas...
Juntei tudo num saco grande, que cabia nas mãos!
Morei por um tempo (3 horas), debaixo do primeiro beliche que encontrei...
Só não fui mais longe, porque não havia ônibus que passasse na minha rua...

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... Já fui aviador!
Santos Dumont namoraria meu círculo de amizades, se vivo ainda fosse!
Mas um dia sumiu a cordinha que fazia meu avião voar...
Então resolvi colocar os pés no chão!

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